Fisioterapia em Uroginecologia
Existem várias técnicas usadas pelos fisioterapeutas para re-estabelecer a função dos músculos do assoalho pélvico (MAP). A Fisioterapia Uroginecológica é uma área da Fisioterapia responsável pela prevenção e/ou tratamento de transtornos relacionados aos músculos do assoalho pélvico. Esses músculos são responsáveis pelo controle da urina e das fezes. Também seguram os órgãos pélvicos como a bexiga, o útero e reto. Atua no tratamento e prevenção de desordens do assoalo pélvico,indicado para:
- Pré e pós operatório de cirurgias pélvicas
A fisioterapia pré e pós cirurgias vaginais contribui para a recuperação precoce da paciente e favorece o melhor resultado cirúrgico. Com técnicas como conscientização corporal, exercícios perineais, terapia manual, eletroestimulação e terapia comportamental é possível prevenir complicações como fibroses, aderências e dores locais, além de favorecer a cicatrização, a manutenção da elasticidade tecidual e o bom funcionamento dos músculos do assoalho pélvico.
- Dor pélvica Crônica
A dor pélvica crônica é definida como uma dor que ocorre na região da pelve, na região da parede abdominal (abaixo do umbigo) e/ou na região lombar que dura por mais de seis meses, podendo ou não estar relacionada com o ciclo menstrual. As causas são diversas, podendo ser ginecológica ou não ginecológicas. Hoje, a endometriose, o mioma uterino e as aderências pélvicas são as principais causas de DPC.
O tratamento fisioterapêutico na dor pélvica tem como objetivo o alívio da dor, a correção das alterações musculoesqueléticas causadas por esse problema e a melhora da qualidade de vida.
- Prolapso de órgãos pélvicos
O prolapso de órgão pélvico é a famosa “queda de bexiga”. Muitas mulheres com o passar dos anos começam a relatar a sensação de peso ou bola na vagina. Hoje sabemos que a fisioterapia faz parte do tratamento desta disfunção, prevenindo e tratando a queda dos órgãos pélvicos. Quando a descida do órgão (bexiga, intestino, reto, útero) está em uma fase inicial, a cirurgia é contra-indicada e o tratamento fisioterapêutico mais eficaz.
- Flatos Vaginais
Algumas mulheres durante a relação sexual ou em movimento podem soltar "gases" pela vagina, são os flatos vaginais. É bastante constrangedor, e algumas mulheres se sentem envergonhadas até de falar sobre o assunto. Está relacionado com um déficit de força, resistência e/ou controle dos músculos do assoalho pélvico. No tratamento são usados técnicas de trabalho muscular perineal (terapia manual, exercícios de Kegel, bioffedback, cones vaginais, etc). Mulheres com esse problema podem se beneficiar do tratamento fisioterapêutico para melhora de suas queixas.
- Incontinência Urinária Feminina
Incontinência urinária é definida como qualquer perda involuntária de urina. Nas mulheres, ela é causada por múltiplos fatores como: idade, menopausa, sobrepeso, número e tipo de parto. Mulheres que perdem urina ao realizar esforços como tossir, espirrar, pular, apresentam incontinência urinária de esforço. Isso ocorre devido ao enfraquecimentos dos músculos do assoalho pélvico (“músculos que seguram o xixi”) . Hoje a Sociedade Internacional de Continência preconiza o trabalho da fisioterapia como primeira escolha porque oferece baixo risco, sem efeitos colaterais alem de ser um tratamento conservador. Este tratamento, se baseia no treinamento e fortalecimento da musculatura perineal por meio de biofeedback ( tecnologia computadorizada) e eletroestimulação . Outro tipo de incontinência acontece quando a mulher tem desejo urgente de fazer xixi podendo perder urina antes de chegar ao banheiro. E você pode saber mais sobre isso no próximo tópico.
- Incontinência Urinária Masculina
Incontinência urinária é definida como qualquer perda involuntária de urina. Em homens, ela ocorre principalmente após a cirurgia de retirada de próstata ( prostatectomia), comum em homens que apresentaram câncer de próstata. Ela pode ser transitória ou não, acompanhada ou não de urgência miccional (vontade urgente de fazer xixi, podendo perder urina antes de chegar ao banheiro).
A fisioterapia é indicada em casos em que a perda urinária é leve ou moderada no qual apresenta ótimos resultados.
- Urgência Miccional
A urgência urinária ou miccional é um sintoma caracterizado por uma vontade freqüente, súbita e difícil adiar. Quando esse sintomas vem precedida de aumento da freqüência urinária, perda de xixi antes de chegar ao banheiro e noctúria ( levantar a noite para fazer xixi), ela é chamada de Síndrome da Bexiga Hiperativa.
Se você tem vontade de fazer xixi ao mexer com água, toda vez que sai de casa fica procurando por banheiros, levanta várias vezes a noite para ir ao banheiro, evita de ir à lugares que não tem banheiro, atenção! Você pode ter uma bexiga hiperativa.
A Sociedade Internacional de Continência preconiza o trabalho de treinamento comportamental e eletrostimulação como primeira e segunda escolha no tratamento das urgências e urge-incontinência, trabalho responsável do fisioterapeuta especializado.
- Bexiga Hiperativa
O paciente com a síndrome da bexiga hiperativa (BH) tem necessidade de urinar repentinamente, fazendo-a ir ao banheiro rapidamente, sem poder esperar, podendo ocorrer escape de urina antes da chegada ao banheiro. Além desse sintoma, são comuns o grande número de idas ao banheiro durante o dia e durante a noite. Esta síndrome afetamulheres e homens de todas as idades e não é apenas um sinal de envelhecimento.
É desencadeada pela contração incontrolável e inapropriada do músculo da bexiga (é um músculo liso, não controlado voluntariamente), gerando sintomas inconvenientes, e até a perda de urina. O tratamento da BH envolve algumas mudanças do estilo de vida que podem aliviar e melhorar os sintomas. Além disto, técnicas como a reeducação vesical, a eletroestimulação e os exercícios dos músculos do assoalho pélvico são utilizadas com bons resultados.
O hábito de ir freqüentemente ao toalete, mesmo sem ter grande desejo, com medo da perda de urina, pode agravar a bexiga hiperativa, uma vez que a sua bexiga torna-se progressivamente menos capaz de armazenar urina. Assim, há a necessidade de treinamento da sua bexiga!
- Síndrome da Bexiga Dolorosa ou Cistite Intersticial
A Síndrome da Bexiga Dolorosa (SBD)/Cistite Intersticial (CI) é uma condição inflamatória crônica da parede vesical que leva a dor pélvica, urgência miccional, aumento da frequência urinária e noctúria, na ausência de outras causas identificáveis. Em função de todo o processo inflamatório, a dor geralmente é mais severa quando a bexiga está repleta de urina e alivia, pelo menos parcialmente, com o esvaziamento vesical. Essa condição leva a uma redução importante da qualidade de vida.
O tratamento fisioterapêutico envolve algumas mudanças do estilo de vida que podem aliviar e melhorar os sintomas. Além disto, técnicas como a reeducação vesical, a eletroestimulação e os exercícios dos músculos do assoalho pélvico são utilizadas com bons resultados.
- Infecção Urinária de Repetição
A infecção urinária é considerada de infecção quando ela acontece 3 ou mais vezes ao ano. Isso pode ocorrer devido à maus hábitos como mal posicionamento ao vaso sanitário, baixa ingestão de água, mal relaxamento da musculatura perineal fazendo com que haja sempre uma sensação de que ficou xixi na bexiga após a micção. Técnicas de treinamento muscular, reabilitação vesical, orientações comportamentais e dietéticas favorecem a redução significativas do numero de infecções.